tag:blogger.com,1999:blog-37410712944522084262024-02-07T16:14:19.438-08:00bem-dizerporque os dias também se dizemSatihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.comBlogger90125tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-24637420697641436822023-04-04T06:46:00.000-07:002023-04-04T06:46:05.213-07:00DO CONTRA, SEMPRE<p> Quando eu estava gorda, estava gorda, era a primeira a dizê-lo. Pior mesmo foi quando me chamaram burra, feia, antipática e disseram que não servia para nada. Ainda era criança e acreditei. Creio que me “fiz” mesmo burra, feia e antipática para dar razão às minhas crenças (e às pessoas que mas impingiram). Foi preciso muita Psicoterapia, muito Grupo de Auto-Ajuda, muita Biodanza, muita Expressão Dramática, muita sabedoria ancestral, muito cuidar dos outros com sucesso e finalmente a Astrologia para me mostrarem que Sirvo Para Alguma Coisa, que Sou Inteligente… que se calhar até sou bonita… Até deixei de ser gorda…!!!!</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjLQcJsYB0n3IvvGodvv1inoIIFJtpnKoAOxqCAYQ7gy0Sd2q54MX7Z3vao5DPdzUSO3GpNAIP_kn3x0MQf854OgYXRazz-OQAZrBr4QTkYu3dAzJW8RrrgH46F_DqH92b46U_pKZdQmL0wMaYEneE8J9OWnGOa3eths1M3ZoMm_FvjXqI9AGE64CisVw" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="770" data-original-width="578" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjLQcJsYB0n3IvvGodvv1inoIIFJtpnKoAOxqCAYQ7gy0Sd2q54MX7Z3vao5DPdzUSO3GpNAIP_kn3x0MQf854OgYXRazz-OQAZrBr4QTkYu3dAzJW8RrrgH46F_DqH92b46U_pKZdQmL0wMaYEneE8J9OWnGOa3eths1M3ZoMm_FvjXqI9AGE64CisVw=w300-h400" width="300" /></a></div><p></p><br />Já não vou em “waves” sejam de que espécie forem. <br /><br />São pura areia para os olhos, mesmo quando parecem muito justas, muito feministas, integralistas. Cheias de moral oca… Que julga e condena os outros e que faz o contrário do que apregoa.<div><br /></div><div><br /><br /></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-18907873957135053722022-06-08T02:21:00.002-07:002022-06-08T03:40:06.264-07:00Hoje peço Coração<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZf3P9VNTaNbicdB1bbJ34UNiDuoUk4wYd7hUgpGCkFz9jVYFSJtNq6u3H9X1KAOdLVkbrD4GTXpBAIyfNAIiqmnpvqBzeSutrPR4MJd9qkHVJIwx-dFG4VQDXhUuZzS41lDI_yOVbeBx2YQwlU1yl61_x6IVtsB1BTvsiJQRj0-1mJXZ86AsQq3xtjg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="553" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZf3P9VNTaNbicdB1bbJ34UNiDuoUk4wYd7hUgpGCkFz9jVYFSJtNq6u3H9X1KAOdLVkbrD4GTXpBAIyfNAIiqmnpvqBzeSutrPR4MJd9qkHVJIwx-dFG4VQDXhUuZzS41lDI_yOVbeBx2YQwlU1yl61_x6IVtsB1BTvsiJQRj0-1mJXZ86AsQq3xtjg" width="278" /></a></div><br /><br /></div><p></p><p>Quase todos os dias passa à minha porta. </p><p>Pára, cumprimenta
com um grande sorriso e fica, tentando comunicar comigo. Lá conseguimos, quando me lembro de ser simples e de perceber para lá das palavras, pois não há verbo
a unir-nos, que ele veio do Paquistão pela força dos braços e da vontade, e eu não pesco nada de ”asiático”.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Deixa-me sempre um sorriso e alperces.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Outro dia mostrou que lhe doía muito as costas, do trabalho
duro, e que não tinha dinheiro. Implorou ajuda. E eu ofereci aquilo que de
melhor sei fazer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Foi como se tivesse o mundo ignorado nas mãos. As pessoas
que sofrem, que são usadas como se fossem coisas. Quer dizer, na verdade há gente
em circunstâncias ainda muito piores… Só tive uma parte delas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As costas com tantas dores, a lombar inflamada, os ombros e
omoplatas muito inchados. Isto num corpo magro de pouco mais de 30 anos, num
ser absolutamente gentil. Largado no Alentejo para trabalhar nos campos, ganhando miseravelmente e sem apoio de espécie alguma.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ia dormitando, como um bebé, e quando acabei ficou. Fui à
minha vida e deixei-o ficar. </p><p class="MsoNormal">Quando voltei estava deitado de lado qual menino pequeno, de olhos fechados. Foi preciso “arrancá-lo” ao conforto.
Agradeceu muito, rezou e encheu-me de alperces.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">(Os muçulmanos não são aquilo que no Ocidente se costuma dizer. A pessoa comum é doce, humilde, generosa, imensamente respeitadora.)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Que estranho é o mundo. Uns têm tanto e outros tão pouco.
Tratam-se as pessoas como objectos velhos, sem préstimo, sem merecimento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não sou de cá!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Se tiver que pedir alguma coisa a Deus é Coração para toda a
gente. Para que cada ser possa ser respeitado de igual modo. Para que nenhum
homem assuma vantagem sobre outro. Para que nenhum ser humano inflija
sofrimento a outra criatura.<o:p></o:p></p>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-69217071423027544922022-06-07T03:53:00.002-07:002022-06-07T03:53:21.914-07:00Solidão<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div> <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj9rIpJN-DDonlXJ8mIuSZ54A53Oy5utJtc641Km1jmWGepKFbSIWxZTigjOVnhAT4yktdy-RrRMpk2C3tKRyJOeQR9gPjJ7_H3uNST9AXLaVQc-9VknOR7e8LoXyhkx43jKgrW--KjoSYHBCJyof2dDyq-iI0FknabhKgw4V2NeejUI6IMcmBJ6oER1A" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img data-original-height="862" data-original-width="846" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj9rIpJN-DDonlXJ8mIuSZ54A53Oy5utJtc641Km1jmWGepKFbSIWxZTigjOVnhAT4yktdy-RrRMpk2C3tKRyJOeQR9gPjJ7_H3uNST9AXLaVQc-9VknOR7e8LoXyhkx43jKgrW--KjoSYHBCJyof2dDyq-iI0FknabhKgw4V2NeejUI6IMcmBJ6oER1A=w314-h320" width="314" /></a></div></div><div>Chama-se solidão.</div><div><br /></div><div>Não há ninguém para ver, ninguém com quem falar, ninguém com quem passear.</div><div> <br />Não há um olhar, um abraço.</div><div><br />Costumo reagir mal quando pessoas que não me conhecem metem conversa comigo só para falar.<br />Hoje, só por hoje, percebo solidão e devolvo o cumprimento, as flores, o coração. Afinal podia ser eu. Eu que até sou bastante solitária. (De certa forma sou eu.)</div><div><br /></div><div><br /><br /><br /></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-11407221082017536282020-08-07T11:50:00.001-07:002021-03-10T12:58:07.700-08:00Ode a MimPosso prescindir de sapatos, de restaurantes, de pinturas para o rosto, da Liberdade não.<br /><br />Posso prescindir de televisão, máquina de lavar loiça, daquele vestido tão giro, da Dignidade não.<br /><br />Prescindo de hotéis, guias turísticos, tudo o que for de luxo, da Escolha do Meu Caminho não.<br /><br />Prescindo de conversas de treta, de amigos da onça, de Abraçar a Vida em toda a sua plenitude não.<br /><br />Prescindo da sabedoria dominante, das suas escolas, dos seus doutores, da sua política, da Minha Vida não.<div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgae_c79W583BIOBqjDkRxrJ4G54uZIHPNYL58iKYwEACZvBdzvaufwAz6Cn_6toTWHgBaHTmQrDReOc94euWoLTv6YNaDut38bSDU9hJgHDWLW8QvRxhCw8aS1mp36Frtvmm-baz3oIxrp/s526/eu+brilhante+4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="526" data-original-width="505" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgae_c79W583BIOBqjDkRxrJ4G54uZIHPNYL58iKYwEACZvBdzvaufwAz6Cn_6toTWHgBaHTmQrDReOc94euWoLTv6YNaDut38bSDU9hJgHDWLW8QvRxhCw8aS1mp36Frtvmm-baz3oIxrp/s320/eu+brilhante+4.png" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Hoje escolho honrar-me e honrar todos aqueles que lutaram pela dignidade dos seres e pela liberdade, fossem quais fossem as circunstâncias.<br /><br />Não sei que virá a seguir, sei que o meu caminho sempre foi este e vai continuar a ser.<br /><br />Nem sabia o que era isso e já sofria pelos animais maltratados. Ainda era criança e já era do lado dos ciganos que ficava, dos meninos mal-comportados, de todos aqueles que eram marginalizados. Apenas tinha ouvido falar em homossexualidade e já me posicionava na bissexualidade, após pesquisa e raciocínio lógico. Olha agora defender a ditadura!<br /><br />Aos nove anos, através de uma doença contagiosa, que na família só contagiou a mim, senti o cheiro da morte. Tive várias problemas de saúde físicos e emocionais ao longo do tempo. Há uma dúzia de anos diagnosticaram-me uma doença crónica, e depois, graças à recuperação que fiz pelos meus próprios meios, retiraram o diagnóstico. Olha agora ter medo de um vírus!<br /><br />Hoje e sempre posiciono-me pela Vida, pela Verdade, pela Dignidade, pelo Respeito, pelo Livre Arbítrio de cada um. Hoje já não prescindo de ser eu.<br /><br /></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-88975363644350241992020-06-04T09:28:00.001-07:002021-03-10T12:56:06.210-08:00Presto-te homenagem, pai<p class="MsoNormal">Hoje presto-te homenagem. Presto-te a homenagem que em vida
nunca fui capaz porque não consegui ver. Porque não conseguia ver que para lá
de um rosto normalmente ausente, triste, cansado, duro havia uma vida não
vivida na sua plenitude, havia sonhos não realizados ou até nem sequer
sonhados. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quando finalmente ficaste velho e sem possibilidade de
trabalhar, então pudeste dar ao mundo um cheirinho de quem na essência eras:
cheio de alegria, força, coragem, vontade ilimitada de viver em toda a sua
pujança. Onde houvesse festa lá estavas a animar com as tuas canções, as tuas
danças.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Foi preciso adoeceres, daquela doença que fala de
ressentimentos guardados no corpo e na alma, que é o cancro, para eu te
conhecer. E valeu a pena. Esses dois anos valeram por todos os outros.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Afinal gostavas de mim, consideravas-me, respeitavas-me,
acreditavas em mim.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipBWNMbb4-lvej49vVPoN_34aMvMjVFXvPujJ5N-Ou8MtatpnOz1dSJRyL-lc4jPODkeFWaeoQFeK1ZZ-oYL9hRqREgw6-oeSGOCy-ILdZE6AKZol3g4kRO5PONh-O1Zs4NDRNVWG2X-TQ/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1818" data-original-width="1632" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipBWNMbb4-lvej49vVPoN_34aMvMjVFXvPujJ5N-Ou8MtatpnOz1dSJRyL-lc4jPODkeFWaeoQFeK1ZZ-oYL9hRqREgw6-oeSGOCy-ILdZE6AKZol3g4kRO5PONh-O1Zs4NDRNVWG2X-TQ/" width="215" /></a></div><br /><br /><p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E que força! Cada vez que saías da cama do hospital, sem
massa muscular, só pele e osso, dizias: <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Isto agora são três meses para ganhar forças e voltar ao
normal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Num desses momentos de recuperação fomos os dois fazer Tai
Chi para a Torre de Belém. Espantei-me a ver a tua garra e alegria a fazeres
aquilo tudo bem-feito, enquanto eu trocava as pernas e os braços e quase me
estatelava no chão. Depois subimos à Torre de Belém. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Perante estas façanhas, os médicos (sempre incansáveis, até
porque tu conquistavas toda a gente) disseram: <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Não, enganámo-nos, não pode ter cancro.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4neK_8siQeAsXxL1A6AEH0l58Ep1V6jmmsYUk1p6NFe-1teyWkbv_tHUEJqEe3qIDP-fqZqUFKH5XPwUn3iq_kEAYJD4il_CZ2BBv_hiK6IJjMShk_duZW8sg5PdDgCCxb74x58G2qzg-/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="349" data-original-width="275" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4neK_8siQeAsXxL1A6AEH0l58Ep1V6jmmsYUk1p6NFe-1teyWkbv_tHUEJqEe3qIDP-fqZqUFKH5XPwUn3iq_kEAYJD4il_CZ2BBv_hiK6IJjMShk_duZW8sg5PdDgCCxb74x58G2qzg-/" width="189" /></a></div><br />Mas tinhas mesmo. Vendeste cara a tua morte, que apesar dos
86 anos não te apetecia nada ires-te embora, logo agora que finalmente estava a
ser tão giro.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu hoje homenageio-te e agradeço ter saído a ti – sempre me
disseram isso e hoje percebo claramente que te saio pelo menos em muito: tenho
o teu mau feitio, digo o que quero e o que não quero, mas digo; tenho a tua
garra de viver, o amor pela alegria, pelas festas, danças e cantos; tenho
capacidade de análise e discernimento e uma capacidade inquebrantável de seguir
em frente, mesmo quando mais ninguém acredita ou quer ir por ali.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijOe9hcjIakXTAOyRaPvoAlifYAlQquxGVOadK5rZV-9w-qbgV0I8O6ChnMumHOsRIlUPTDDuy1eIoxnKBjsiU0UTB-kquW56Ijfkv27OBTLCNkAaZ9QUv3q0zBrb1tC_qzBjnPT-ZmCp-/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="604" data-original-width="453" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijOe9hcjIakXTAOyRaPvoAlifYAlQquxGVOadK5rZV-9w-qbgV0I8O6ChnMumHOsRIlUPTDDuy1eIoxnKBjsiU0UTB-kquW56Ijfkv27OBTLCNkAaZ9QUv3q0zBrb1tC_qzBjnPT-ZmCp-/" width="180" /></a></div><br /><br /><p></p><p class="MsoNormal">Um pai que também foi criança, e que em criança era deixado
dias seguidos sozinho a tomar conta de um moinho isolado, que desde os cinco
anos teve que ser responsável pela sua vida e de bens familiares, certamente
terá muitas dificuldades nos afectos, mas não deixará que falte nada à sua
família, pois afectos não teve, não aprendeu, mas responsabilidade da vida é
sua especialidade. Assim foste tu. Assim são na verdade muitos homens, parcos
nos afectos que não conhecem, abundantes no que sempre aprenderam. Assim somos
todos, cada uns nas suas áreas.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Hoje respeito-te imensamente, honro-te e desejo que sejas
imensamente feliz por onde quer que andes. Aqui já se sabe que continuas vivo.
Aqui no meu coração, na barra do Tejo e no quintal. A tua estrelinha ilumina
continuamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Hoje faz 96 anos que nasceste. Amo-te meu pai.<o:p></o:p></p><br />Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-32448331207700037572020-06-02T04:43:00.001-07:002020-06-02T04:49:53.107-07:00Gente de fibra em construção<font size="4"><b>Ou: Assim nasceu uma Mulher Coragem</b></font><div><br /></div><br />Aos seis anos fiquei doente. Tuberculose, diagnosticou o médico. O meu avô tinha tuberculose, ter-me-ia contagiado. <br /><br />Comecei por um comprimido ou dois (não me lembro), passei para 3 ou 4, depois para 4 ou 5 mais umas injenções e a minha heroicidade começa com estas injecções. <br /><br />Vivíamos na altura num monte alentejano onde a minha mãe “dava escola”, como se diz no Alentejo. Era professora, portanto, e ensinava meninos dos montes em volta, de todos os níveis de ensino, num espaço improvisado para o efeito junto à feitoria. <br /><br />No primeiro ano vivíamos num quarto ela, eu, a minha irmã e depois também o meu primo e dormíamos todos na mesma cama. No segundo o meu pai foi lá ter e aí passámos para uma pequena casa. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD1DUudbjLIAiLjVWJZafdlhiXraMXjwX3BWBVzvLPHKetN2OtbiA0k7Y_34A50q9SIip-wD_dsXaZUCSL9N1MU906qVJ5ahyphenhyphenWn1oQ-_Z1b226wOFsFpueMy1C94psaYV_BXEWeR7kFzzZ/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1607" data-original-width="1660" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD1DUudbjLIAiLjVWJZafdlhiXraMXjwX3BWBVzvLPHKetN2OtbiA0k7Y_34A50q9SIip-wD_dsXaZUCSL9N1MU906qVJ5ahyphenhyphenWn1oQ-_Z1b226wOFsFpueMy1C94psaYV_BXEWeR7kFzzZ/s320/IMG_20200526_233329.jpg" width="320" /></a></div><div><br /><br />Foi nessa casa que começou a fase das injecções. Como não havia médicos nem enfermeiros, tinha que ser ela própria a dar-me as ditas. Ora ela mal agarrava na seringa começava a chorar e a tremer e a dizer que não era capaz. Então eu, nesta altura já nos oito anos, tomava conta da situação e dizia: “Força mãe, não custa nada, vá lá.” E ela tentava uma vez e outra e outra até que lá conseguia espetar a agulha. <br /><br />Passava grande parte dos dias “em repouso”, na cama. Qual passear, qual brincar, qual quê? Mesmo à escola só tinha autorização para ir de manhã. Ler e ouvir rádio eram as minhas principais ocupações. <br /><br />Que estava quase boa disse o médico em vésperas de eu fazer nove anos e de os meus pais emigrarem para Lisboa. O meu pai, que tinha trocado o ofício de carpinteiro pelo de guarda florestal para poder estar com a família, quando um caçador lhe apontou uma arma e avisou que era melhor ele portar-se bem, disse: “Nã, vou-me embora e é já amanhã.” E por Lisboa arranjou trabalho nas obras, encontrou casa e nós lá fomos. <br /><br />O novo médico ao ver o resultado da primeira radiografia mandou-me para o hospital, onde fiquei internadinha da silva, com diagnóstico indefinido e poucas esperanças de vida. <br /><br />Pouca força tinha para andar, correr nem pensar. As escadas da estação da CP de Paço D’Arcos, que tinha que subir sempre que ia ao médico, eram um martírio dos muito grandes. <br /><br />Mas, Guerreiro de nome, e na verdade, acho eu hoje, guerreira em todos os poros, salvei-me. </div><div><br /></div><div><br />*** <br /><br />Este foi o meu primeiro embate consciente com a medicina ocidental. E digo consciente porque acho que as coisas começaram logo na maternidade. Colocada em perigo de vida por um médico, mas simultaneamente acompanhada por uma farmacêutica amiga da família, fui também salva por médicos. <br /><br />Não me consta que mais alguém da família tenha sido contagiado pelo meu avô, nem que eu tenha contagiado outros, mesmo dormindo da mesma cama durante um ano com três pessoas. <br /><br />Diagnósticos e estratégias médicas erradas que pioram a situação são sempre hipótese, afinal errar é humano, por isso convém ouvir sempre outros especialistas e nomeadamente com outras abordagens. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO3jmVFDeEhiH3IZHt1kF8tPyyYL5_qE7-dRucYTcyN2lO0Y8ZVsan0IKg2tdZ4CRN_0UiyQNb4zAeYnDNP2JWLTcsvPKi_sQnq3HfjbkJqFnKtGOhqou5T1C5mbx4RBUTdSiRt1gSSCAp/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1580" data-original-width="1126" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO3jmVFDeEhiH3IZHt1kF8tPyyYL5_qE7-dRucYTcyN2lO0Y8ZVsan0IKg2tdZ4CRN_0UiyQNb4zAeYnDNP2JWLTcsvPKi_sQnq3HfjbkJqFnKtGOhqou5T1C5mbx4RBUTdSiRt1gSSCAp/s320/IMG_20200526_233603.jpg" /></a></div><div><br /><br />*** <br /><br /><br />Tive que ser mãe da minha mãe e dar-lhe coragem. <br /><br />A minha mãe sempre foi uma mulher cheia de medo, viveu uma história de vida ainda mais difícil que a minha, ter medo é um resultado natural, e talvez isso tenha ajudado eu a desenvolver a coragem. Alguém tem que ter coragem para fazer as coisas andarem para a frente. <br /><br />Conheço muitos casos assim, em que pais e filhos trocam papéis. <br /><br />E comecei a contar esta história de mim para a transportar para os dias de hoje, para o medo generalizado nos adultos – nos pais, educadores, professores, profissionais de saúde – e de como sinto estas crianças condenadas a tornarem-se adultos mais cedo para poderem ter a força que os adultos não têm, senão acabamos todos a morrer enterrados em casa, porque a doença faz parte da vida, e se não sairmos para não ficarmos doentes, a doença vai a casa ter connosco. A doença e a morte não precisam que lhe abram as portas. Elas surgem onde existir matéria. <br /><br />Mas ao lembrar a minha coragem vem-me um sorriso: Eureka! Grande geração de coragem que vamos ter nos meninos de hoje. Passam de uma sociedade de abundância em grande parte fictícia, em que tudo parecia fácil, para o seu oposto: uma sociedade onde de repente até respirar é difícil; onde só se vê os sorrisos dos outros dentro de casa, onde os afectos são proibidos, sair do seu perímetro ou estar com amigos pode ser motivo de repressão além de censura social, onde ser pessoa começa a ser proibido. <br /><br />Como o que não nos mata nos deixa mais fortes, diz o ditado e “ah pois é”, digo eu, vamos ter daqui a uns anos adultos de fibra. E é bem necessário para a construção, a partir destes tristes escombros, de um mundo de verdade, onde as pessoas tenham direito à vida, à integridade física, a serem respeitadas e a respeitarem, onde tenham direito a expressarem quem são. Um mundo em respeito pelo todo, a começar pela natureza que nos mantém vivos. <br /> <br /><br /> </div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-30310275455763243262020-05-29T08:45:00.002-07:002020-05-30T03:34:15.684-07:00DestemidosNo aniversário do meu filho, gosto de lhe mandar fotos de tempos que ele não lembra e às vezes nem eu, como é o caso desta. <div><br />Gostávamos os dois de brincar aos circos e de fazer equilibrismo. </div><div><br />As outras pessoas assustadas costumavam dizer: </div><div><br />- Não faças isso, o menino cai. </div><div><br />Mas o menino nunca caiu. </div><div><br />Olhando agora esta foto, penso que talvez ela explique como o meu filho é corajoso. <br /><br />Aqui tinha um pouco menos de dois anos e estava num equilíbrio perfeito, sustido pela mãe. <br /><br />Fomos sempre dois cúmplices. <br /><br />- Era como se eu lhe dissesse: voa, voa, eu estou aqui, nada te pode acontecer. <br /><br />Ainda não nadava mas já saltava para dentro de piscinas ou de rios, sem pé. Claro que ia de braçadeiras, ou eu ou algum amigo estava lá para o agarrar. <br /><br />Eram voos seguros, mas eram voos. <br /><br />Até que chegou o dia de voar sozinho e nunca mais parou. <br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HBNb1FYuG_KA1KX9OhiSw7f0xnrUh77SgRra73TiznfEd4aM6-arBFtXnhKp7f_TFu-9uHFf-Zmaq1F9k5AeHtbCHDUb2K6X5SY8dBI-bqpiFgZGOTJtSZwXGm2Wva6QU1179W_l0gij/" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2505" data-original-width="1623" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HBNb1FYuG_KA1KX9OhiSw7f0xnrUh77SgRra73TiznfEd4aM6-arBFtXnhKp7f_TFu-9uHFf-Zmaq1F9k5AeHtbCHDUb2K6X5SY8dBI-bqpiFgZGOTJtSZwXGm2Wva6QU1179W_l0gij/s320/mamas+tapadas.jpg" /></a></div><br /><br /><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Outro dia falámos sobre o medo e ele disse-me que em geral os amigos se escandalizam quando lhes conta as nossas peripécias. <br /><br />- Porquê? – perguntei eu. <br /><br />- Porque têm medo. <br /><br />E hoje, neste tempo em que as pessoas se fecharam em casa, imagino que a maioria com medo de morrer, ele também se fechou, eu não. <br /><br />Ele diz que não sai porque não quer ser contagiado nem contagiar ninguém, que os sistemas de saúde não aguentariam uma contaminação massiva, que não se importa de estar em casa. Além disso fica com muito mais tempo para trabalhar. E assim lá vai desempenhando as suas funções, feliz como sempre, sem medo, nem pela sua saúde, nem pela sobrevivência das empresas de que é co-responsável. <br /><br />Eu não me fechei porque não acredito na fuga seja ao que for. Pouco trabalhando, porque a minha função principal exige contacto humano e as pessoas têm medo, cá estou, tranquila, também sem medo, a assistir a este filme das nossas vidas e a tentar fazer o melhor possível para ser feliz dentro dele e continuar a trazer alguma utilidade ao mundo. <br /><br />Tenho para mim que não vale a pena andar por aqui se não for para viver a vida com os desafios que ela traz. Quando tenho medo, que também tenho muitas vezes, falo com ele, faço-lhe frente. <br /><br />Às vezes vai-se embora com o rabinho entre as pernas, envergonhado, quando percebe que eu entendi que era de mentira, que era só uma fantasia da minha cabeça. Outras, tende a ficar ali, mantendo-me semi paralisada, como que num braço de ferro meio sem fim. <br /><br />É a vida, digo de mim para mim. É andar a treinar para ser cada vez mais crescida, que é como quem diz, cada vez mais feliz… Mas sempre aquém. Sempre um tanto aquém, se não para que serviria andar por aqui?</div></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-26917717870874564882020-05-27T15:51:00.005-07:002020-05-29T08:28:30.484-07:00O menino que tinha medo de poças de água e a menina que não tinha medo de nada<p class="MsoNormal">- Estás a chorar porquê? É só uma rocha e umas pocinhas de
água, as ondas estão lá longe, não vês?<span><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOOtXEAZIVuCWsD9RRXnK-IfuCar_TQr7klv2aU68i7PGz_HCGA0nOUW2othn92a278ojgGDauf0zwjAZ50RVhX3-DyxmMlLW5jvRrYTPVyR1h0FnFE2R60MT0fM0dCKmqEDyghdw82tO_/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1257" data-original-width="1124" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOOtXEAZIVuCWsD9RRXnK-IfuCar_TQr7klv2aU68i7PGz_HCGA0nOUW2othn92a278ojgGDauf0zwjAZ50RVhX3-DyxmMlLW5jvRrYTPVyR1h0FnFE2R60MT0fM0dCKmqEDyghdw82tO_/s320/IMG_20200526_234008+%25282%2529.jpg" /></a></div>
<p class="MsoNormal">Mas não, ele não via,
ele sentia um perigo muito grande, ali sozinho, no meio das rochas, só com a
amiga, enquanto a mãe lhes tirava uma fotografia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ela não costumava ter medo de nada. Nem de falar com pessoas
que não conhecia, nem de se aventurar pelos campos, entrar onde quer que
houvesse uma poça de água. Bem, medo de nada também não, ela tinha muito medo
de cães, nem sabia porquê.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Já ele só saía agarrado à mãe ou ao pai, e era também quando
estava junto deles que se entretinha a fazer judiarias à irmã mais pequena e
depois a culpar a mais velha. Protegido sentia-se forte. Sozinho, até de uma
simples poça de água no meio das rochas tinha medo.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Talvez por isso ela tenha ido conhecer o mundo e ele continuado na sua aldeia. Não que haja algum problema com isso, que não há, excepto se por
acaso ele gostasse de conhecer o mundo e por medo não o tivesse feito.</p>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-70102728239540186762020-05-17T03:35:00.000-07:002020-05-17T03:35:01.983-07:00A vida da rosa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl_usQxIfeM8RYjTelZ7B5owCYvJI7fudfNfUUoef8ub5KrXE-Nd559CRlbNst-FuyZNDgHRjVCD3L5LTJo7ZM9TqcCcL1NY6LRgM-r92CXJvkj758-9VjHQggdkusBBu_9M_CFmHGAK9q/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="363" data-original-width="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl_usQxIfeM8RYjTelZ7B5owCYvJI7fudfNfUUoef8ub5KrXE-Nd559CRlbNst-FuyZNDgHRjVCD3L5LTJo7ZM9TqcCcL1NY6LRgM-r92CXJvkj758-9VjHQggdkusBBu_9M_CFmHGAK9q/s320/a+vida+da+rosa+%25282%2529.jpg" width="320" /></a></div><div><br />Acordei, abri a janela de par em par e lá estava ela, a olhar para mim, a dar-me os bons dias. Fiquei tão feliz. Falou-me de paz, de harmonia de beleza, isto nestes dias em que o meu coração e pensamentos teimam em juntar-se à confusão lá fora.<br />Demorei-me nela. <br /><br />Dia após dia foi-me dando os bons dias, sempre bela, sempre cheirosa, inspiradora. <br /><br /> Ontem continuou a dar-me os bons dias, mas já sem a beleza anterior. Já cansada, um tanto gasta, a dizer-me: Está a chegar ao fim o meu tempo de vigor. Estou a ficar velha, ainda sinto, ainda cheiro, ainda te amo e gosto do teu amor, mas um destes dias transformo-me em estrela. O corpo fica aqui na terra e a luz junta-se às luzes sem corpo que há no céu. Porque, explicou-me ela, as rosas também se cansam de ser belas, também precisam de repousar em pura luz. <br /><br /><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeZkRbU7X0e3a-2lZKAK6km1eJbwlxmFagpxZmd3haFk9bT9IpkvHnC_FDi6OIU1BI7jQt29z3TVq7hDmKEGr05X6Q9CqjULTnRT4yEwEJayVQqwKzdbyfIiGm__u5DZK2ISE1gb9AunqB/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="559" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeZkRbU7X0e3a-2lZKAK6km1eJbwlxmFagpxZmd3haFk9bT9IpkvHnC_FDi6OIU1BI7jQt29z3TVq7hDmKEGr05X6Q9CqjULTnRT4yEwEJayVQqwKzdbyfIiGm__u5DZK2ISE1gb9AunqB/s320/a+vida+da+rosa+%25283%2529.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: start;">As rosas, continuou, as pessoas, os pássaros, até os rios e as montanhas se vão cansando. Não adianta não querer morrer, até porque nunca se morre verdadeiramente, há sempre a luz que continua lá em cima na infinitidão dos céus, e o corpo, cá em baixo, vai dar luz a outros corpos.</span><span style="text-align: start;"> </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br style="text-align: start;" /><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: start;">Nada se perde, nada, nada. Só se perde mesmo a alegria quando não se aproveitam os dias; a beleza, quando o coração se enche de mágoas; a harmonia quando não se deixa a vida ser livremente vida, com as suas pétalas de cheiro e os seus espinhos.</span></div></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-10258548129253928472020-04-23T09:22:00.001-07:002020-05-27T16:51:07.047-07:00Os pássaros destemidos<img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwMg_EJABvKnSSIc1zwrua0fIU7kmbHLukcQMviliVxo1puE_Qf_kWYWpwyaB64a5whVT-dGGWqwF2YzTLLGYZiXKXnKXaIBEYnkOr-a6AqR5CKjDryFrcNkP2VI2FD1qYHXomqf98vE3p/s320/passaro+destemido.jpg" /><div><br />
Pu-lo junto à porta, por baixo do candeeiro onde os pássaros gostam de fazer ninho, com esperança que os espantasse. Mas afinal só espanta-espíritos.<br />
<br />
Este pássaro suponho que seja o pai dos meninos que estão a crescer nos seus ovinhos, sob o calor da mãe pássara.<br />
<br />
E pronto, chão acócózado, chinelos também, o próprio espanta-espíritos.<br />
<br />
Vou pedir a Deus paciência até que os pássaros saiam dos ovos e batam asas. Afinal estamos em tempo de reunião com a natureza e os nossos irmãos animais, sem excepção, e convém não andar para aí a apregoar coisas bonitas e a fazer porcaria. (Como os pássaros, que cantam, cantam, mas depois cagam, cagam... Olha querem ver que não há beleza sem mau cheiro.)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-81952678729951359222020-04-18T04:50:00.000-07:002020-04-18T04:56:10.296-07:00De volta a casa<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQUA7UEMw0lP3P1RLPciZyw-LSXvDI5fLuB6Yo0cMNfmXc4lpkMUG87DjbP9djhwDfbeYRp7bIYIssPEfI-vmjw39FBfwQxoeJRuARuuSZujZyuD6oYEsGmF9fKctin3IX_sLFdcEI0U_a/s1600/IMG_20200417_143346.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQUA7UEMw0lP3P1RLPciZyw-LSXvDI5fLuB6Yo0cMNfmXc4lpkMUG87DjbP9djhwDfbeYRp7bIYIssPEfI-vmjw39FBfwQxoeJRuARuuSZujZyuD6oYEsGmF9fKctin3IX_sLFdcEI0U_a/s320/IMG_20200417_143346.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A caminho do "grande lago"</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
A minha casa é em casa e o quintal é o grande lago e os campos em volta.<br />
<br />
Posso ficar em casa andando pelos campos porque raramente aparece alguém e se aparecer são tantos os metros quadrados que o difícil mesmo é cruzarmo-nos perto.<br />
<br />
A minha casa fica numa vila com menos de 2000 moradores. Mesmo a capital de distrito, a 11 km, tem menos de 30 mil.<br />
<br />
Aqui os contágios são difíceis porque o campo é em muito mais abundância que as pessoas.<br />
<br />
Já nas grandes cidades as pessoas não têm campos, vivem numa espécie de celas em cima umas das outras. Não sabem o que é respirar ar puro, ter silêncio, tranquilidade.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIKNWrVJCo95WJF6LhKZ9MqtxaktZJeV5nGMd4NNOCDcMZSxX5VYsekibHurpGquFmxwGVXkUBbiBhIdUNY3mP6Z40rW3b11KRtKydnLNhwFlv-KbggRJpTX0TqzxLFxK9aSXTUibLZS_U/s1600/IMG_20200417_143431.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIKNWrVJCo95WJF6LhKZ9MqtxaktZJeV5nGMd4NNOCDcMZSxX5VYsekibHurpGquFmxwGVXkUBbiBhIdUNY3mP6Z40rW3b11KRtKydnLNhwFlv-KbggRJpTX0TqzxLFxK9aSXTUibLZS_U/s320/IMG_20200417_143431.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pelo "meu quintal" selvagem</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Nas cidades as pessoas perdem-se de si e depois, claro, adoecem. E como estão perdidas de si não sabem como recuperar das doenças. Tomam muitos comprimidos, fazem operações e deixam de fazer aquilo que lhes faz bem com medo que lhes faça mal, ficam mais tristes e, claro, mais doentes.<br />
<br />
Para ser saudável é preciso ser feliz, comer bem, descansar, rir, amar, ser amado, fazer amor, andar na natureza e ter a profissão que se gosta.<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Quem faz estas coisas não adoece e um dia morre de velho.<br />
<br />
Quem não faz muitas destas coisas é triste, nem sabe quem é, tem medo de tudo, tranca-se para se defender mas é atacado na mesma porque o medo, juntamente com a raiva e a culpa, são os maiores inimigos das pessoas.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6JzO1ahCHaoKfDq9zO2y5kFsIu2kAYmbz1YHhjsgL8tAQToLwDWtT3ocIys-5zt6jFCdv3KR7tTgTJCm8czCBL5sy1j0BHxkLNK7vdhHPT4ofuzCg-2cZHhV8J_KTKFr5yIqKpui3Hv69/s1600/IMG_20200417_142832.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6JzO1ahCHaoKfDq9zO2y5kFsIu2kAYmbz1YHhjsgL8tAQToLwDWtT3ocIys-5zt6jFCdv3KR7tTgTJCm8czCBL5sy1j0BHxkLNK7vdhHPT4ofuzCg-2cZHhV8J_KTKFr5yIqKpui3Hv69/s320/IMG_20200417_142832.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Barragem do Pisão, Beringel, Beja</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Quem tem medo está feito. Não falo daquele medo que nos leva a tomar medidas para nos defendermos. Falo do outro, que nos leva a trancar, a ficar a tremer e mesmo assim não passa.<br />
<br />
Quem tem medo é o primeiro a ser atacado (em geral, que isto leis universais não conheço nenhuma).<br />
<br />
Bom, o meu quintal é a natureza toda aqui em volta, onde os meus companheiros são os pássaros e os peixes. Onde contemplo e converso com as plantas. O meu tecto é o céu.<br />
<br />
Eu acho que cada vez mais gente há-de querer ter uma casa como a minha. Uma casa bem mais humana, uma vida com potencialidade para ser bem mais humana e plena que a vida nas cidades.<br />
<br />
E digo potencialidade porque para aproveitar o que se tem é preciso ver e para ver é preciso aprender a ver.<br />
<br />
(Olha que isto não é nenhum tratado sobre a verdade. É só aquilo que as flores me inspiraram.)Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-30236484504386784712020-02-17T04:27:00.003-08:002020-02-17T04:27:46.746-08:00Sou todas as coisasEu tenho em mim todas as cores do mundo (e "todos os sonhos", como o poeta). <br /><br /><div>
Tenho em mim todos os sexos ou géneros, ou o que forem as infinitas nuances desta coisa insondável de ser pessoa. <br /></div>
<div>
Tenho em mim todos os animais, todas as plantas, mares, rios, glaciares, montanhas. <br /><br />Tenho em mim todas as dores e todas as alegrias.<br /><br /><div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdzfBQHF86nKL8JVm8s-9YZXRd33YdP33wW0gl7Bva4QmshhYxeK6pgRAQS4JBZidcG7ncheeNqludF_lQWJ1S9Hsi4jhLz3hElgucjxr9MY8QH-ldI5473R8GgUxxMl3Nz2juJMml7fU6/s1600/Crian%25C3%25A7as2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdzfBQHF86nKL8JVm8s-9YZXRd33YdP33wW0gl7Bva4QmshhYxeK6pgRAQS4JBZidcG7ncheeNqludF_lQWJ1S9Hsi4jhLz3hElgucjxr9MY8QH-ldI5473R8GgUxxMl3Nz2juJMml7fU6/s320/Crian%25C3%25A7as2.jpg" /></a></div>
<br />E também tenho em mim todas as coisas horríveis do ser humano e do universo todo. <br /><br />Por isso reconheço-me agredida e agressora. <br /><br />Às vezes agrido sem saber, outras dou por isso mas há algo mais forte que me leva. <br /><br />O mesmo com o amor. Percebo por vezes que dou amor em níveis muito superiores ao que posso controlar. <br /><br />O mesmo com tudo. <br /><br />São reconhecimentos que os já muitos cabelos brancos e a capacidade de observação que tenho vindo a treinar me vão mostrando. <br /><br />Boquiaberta amiúde com as descobertas. <br /><br />Por isso me tento controlar quando me apetece sair a correr a condenar os outros (raramente me tento controlar nos aplausos).<br /><br /><div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKjihb6Le3WF7B5ryHZHgNQjdo9h4C4r5MI_JQbN9nTIVVbOV76OfxgYTcbjFCW9f04PNNSWFIJIFhbmXTzLvrtGrEWm0wxLQcfiCzfBWtlGW-p4-kuI7VFHrK3Qt95ekQWSCZ-Ndm5nLm/s1600/animais.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKjihb6Le3WF7B5ryHZHgNQjdo9h4C4r5MI_JQbN9nTIVVbOV76OfxgYTcbjFCW9f04PNNSWFIJIFhbmXTzLvrtGrEWm0wxLQcfiCzfBWtlGW-p4-kuI7VFHrK3Qt95ekQWSCZ-Ndm5nLm/s1600/animais.jpg" /></a></div>
<br />Não, nada é tão simples quanto parece, porque se fosse seguramente éramos todos felizes, que é o que cá bem no fundo queremos ser. <br /><br />Vendo e ouvindo pessoas como Trump e Bolsonaro, facilmente me vem à ideia a incrível estupidez humana. Mas olho um pouco mais e percebo como somos governados por todo o lado por Trumps e Bolsonaros disfarçados. <br /><br />Somos capazes do melhor e do pior. Todos, não são só os outros. <br /><br />Tenho em mim todas as coisas do mundo. Conscientemente cultivo as coisas boas e tento fugir a sete pés das outras. Muitas vezes falho. <br /><br />Não sei qual é a solução para os problemas da humanidade e do Universo, o que é uma chatice, porque sei que faço parte deles e tudo o que lhes acontecer me afecta também. Na verdade nem sei a solução de muita coisa na minha vida. <br /><br /><div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTyxzM4b5A9Fyzhzt528orCYegf_hTjxvHKIxz7CflYwk60Gud4XxLxsQ5OZDDrbQv0aJFZUMH2Q3QtWwUkiscvB5O0nAcIOd19GM6gxV0CbREZ3FVzHI1KsR5Npvzfy6yVgtwO2ZPP9He/s1600/natureza.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTyxzM4b5A9Fyzhzt528orCYegf_hTjxvHKIxz7CflYwk60Gud4XxLxsQ5OZDDrbQv0aJFZUMH2Q3QtWwUkiscvB5O0nAcIOd19GM6gxV0CbREZ3FVzHI1KsR5Npvzfy6yVgtwO2ZPP9He/s320/natureza.jpg" /></a></div>
<br />Assim vou vivendo, aberta aos mistérios da vida e tentando dançar a sua música. Engano-me muitas vezes nos passos, outras piso-lhe as pontas dos dedos, outras sou uma bailarina de eleição. <br /><br />Peço a Deus / Deusa que me ajude a ser boa pessoa e a aceitar os que nem com um telescópio se lhes consegue ver bondade dentro, incluindo essas partes que há em mim. <br /><br />A minha proposta hoje é: Vamos tentar ser felizes? <br /><br />Diz que o que fazemos aos outros fazemos a nós próprios. Vamos tentar dar alegria aos outros?</div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-80631184068252490692019-10-10T07:57:00.000-07:002019-10-10T08:16:39.423-07:00Que andamos a fazer com as nossas vidas?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3yvkFCvlHzbPQUR0ql7Plf6aSJv2Ocbn2scIkAfo962Em8nHbw0XT68ZRalpyLrUNVXqT02_w8ksJd9murXcTcc1Levl88Cb87yIBzYsF54shYtBFf0bcOzp2UMzgpUlEM9TgvPLASvC_/s1600/WhatsApp+Image+2019-10-10+at+16.04.00.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1201" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3yvkFCvlHzbPQUR0ql7Plf6aSJv2Ocbn2scIkAfo962Em8nHbw0XT68ZRalpyLrUNVXqT02_w8ksJd9murXcTcc1Levl88Cb87yIBzYsF54shYtBFf0bcOzp2UMzgpUlEM9TgvPLASvC_/s320/WhatsApp+Image+2019-10-10+at+16.04.00.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu e as manas, tia e mãe</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #444444;">Casamos, fazemos filhos, depositamo-los num infantário, não temos tempo para os maridos / mulheres, nem para os filhos, nem para nós. Envelhecemos, os pais tornam-se filhos, incapazes de cuidaram de si próprios, depositamo-los num lar. <br /><br />Andamos em contínuo passo de corrida, o trabalho ocupa-nos o tempo quase todo e a cabeça. Não temos paciência para ninguém. Reclamamos, choramos, revoltamo-nos mas… mas o que fazemos? <br /><br />Será que foi com isto que sonhámos? Que é isto que viemos cá fazer? Uma corrida constante que nos tira tempo para usufruir da vida e dos que nos são queridos? <br /><br />No final há sempre a morte, haja ou não outras vidas para além desta, o que conta é o que ficou entre o início e o fim, cada hoje, cada agora, cada momento presente. <br /><br />Que andamos a fazer com as nossas vidas? Que ando a fazer com a minha vida? </span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #444444;">*******</span></div>
<span style="color: #444444;"><br />A minha querida tia Isa foi, é e será sempre uma memória de doçura, amizade, tolerância e bom coração. Já completamente incapaz de tomar conta de si própria, veio para um Lar. Que bom que há estas instituições de acolhimento onde as pessoas podem ser cuidadas. Gratidão. <br /><br />Mas, porque é que a tia não está feliz? Quererei eu isto para mim? Eu tenho a certeza que não quero… Porque é muita gente, não há carinho, a pessoa é deslocada das suas raízes. A tia ainda por cima vivia na mesma casa desde que casou, aos 23 anos. <br /><br />O meu filho também não foi querendo infantários, felizmente tive a sorte de a avó ter podido cuidar dele em pequeno. Fundamentais esses laços de ternura, em que uns cuidam dos outros.</span>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-70969722213759473252019-08-30T15:27:00.004-07:002019-08-30T15:27:26.217-07:00Desabafo<div style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 6px;">
Como é que alguém pode celebrar a morte?</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
É algo que seguramente nunca entenderei. Está absolutamente contra a minha natureza que dá vida. Quem dá vida com esse absoluto gozo de dar vida, como poderia ser pela morte do quer que fosse? Morte não natural, não compassiva, bruta?</div>
<div class="text_exposed_show" style="color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
Como poderá alguém que gera vida gozar com a morte de outro ser?</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
No Coliseu de Roma pude entender a capacidade de existir em simultâneo a melhor e a pior versão do homem.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Assisto a esse espectáculo a cada dia. Conseguimos fazer coisas tão boas e outras tão absolutamente horríveis.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Que raio de invenção esta coisa de ser humano.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
.......</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Desabafo na sequência deste incrível comentário no Facebook pelo Presidente da Junta de Freguesia da minha terra, muito bem acompanhado de homens e mulheres de sorriso em punho: <span style="color: #1c1e21; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">Em Barrancos hoje morrerem dois</span><span class="_5mfr" style="color: #1c1e21; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin: 0px 1px;"><span class="_6qdm" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t8a/2/16/1f377.png"); background-repeat: no-repeat; background-size: contain; color: transparent; display: inline-block; font-size: 16px; height: 16px; text-shadow: none; vertical-align: text-bottom; width: 16px;">🍷</span></span><span class="_5mfr" style="color: #1c1e21; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin: 0px 1px;"><span class="_6qdm" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t8a/2/16/1f377.png"); background-repeat: no-repeat; background-size: contain; color: transparent; display: inline-block; font-size: 16px; height: 16px; text-shadow: none; vertical-align: text-bottom; width: 16px;">"")</span></span></div>
</div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-56537717361388974932019-08-30T07:27:00.001-07:002019-08-30T07:27:55.677-07:00Semeio-me quase nua<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiethpT8w6H5z5XVdQPaBscqlNvKRCfPLWpU-kPjNVua0ovsi-JhjpwzX2_pLE6wM9BquVPTWGtTK4EPHfJ5geMLOYYbrcLur_BZhHf4YBr811EIgYy3fZY6QSOV2JcZQXqnSUrVn5czPWA/s1600/eu+branca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1347" data-original-width="1600" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiethpT8w6H5z5XVdQPaBscqlNvKRCfPLWpU-kPjNVua0ovsi-JhjpwzX2_pLE6wM9BquVPTWGtTK4EPHfJ5geMLOYYbrcLur_BZhHf4YBr811EIgYy3fZY6QSOV2JcZQXqnSUrVn5czPWA/s320/eu+branca.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Aprendi com mulheres a olhar para a Lua e a saber que sou como ela: tenho os meus ciclos de 28 dias, ora em expansão, culminando na grande festa da Lua Cheia, ora em retracção até à Lua Nova, onde um velho ciclo se enterra e outro, novo, nasce.<br />
<br />
Que a Lua Nova é tempo de semear, semear renascimento, intenções.<br />
<br />
Hoje, Lua Nova em Virgem, eu semeio-me quase nua.<br />
<br />
Deixei finalmente para trás os restos de falripas tingidas de castanho e dei espaço total ao meu cabelo verdadeiro.<br />
<br />
O rosto continua imaculado.<br />
<br />
Sempre tive esta coisa de gostar do que é natural e simples. Pé descalço ou com sapatos-luva, roupa confortável, tal como a que trazemos ao nascer; cabelos livres, tudo livre.<br />
<br />
Consegui resistir a muito, mas não a tudo, e os últimos anos trouxeram-me de cabelos coloridos, envergonhada pela branquidão que ganhava cada vez mais espaço.<br />
<br />
Grata a quem fez da cor natural moda e assim me devolveu o meu próprio cabelo.<br />
<br />
Que disparate esse de às vezes me lembrar de querer parecer o que não sou. Como se fosse vergonha ser eu. Como se fosse vergonha ser natural e simples. Às vezes brilhante, outras tão pequenina, por vezes explosão de raiva, outras transbordância de puro amor.<br />
<br />
Hoje semeio-me quase nua. Com a nudez que já sou capaz de semear. Com um amor imenso no peito que apetece dar colo ao mundo inteiro e a aceitação das explosões de raiva contra a injustiça, contra cada pessoa que maltrata ou negligencia outras ou outros seres ou o planeta; com um sorriso imenso por todos que fazem coisas boas, pelas crianças e idosos que riem com vontade e os namorados que se amam em estado puro.<br />
<br />
Hoje semeio-me quase nua, feliz, livre, amorosa, sem fronteiras, ilimitada, abundante.<br />
<br />
Hoje semeio-me abraçadeira do mundo inteiro e descobridora da beleza que há em cada coisa.Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-16968121859533795272019-08-29T11:54:00.000-07:002019-08-29T11:54:00.825-07:00Amor pela água<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAozNmlK8L3v9KY9_OdSk2LsJfUsX4oSIWlfhz56JTdPa2qjiH69vE5pLevdjWA7tglpd-gazNHB-8XA7ABttVvOOMQhuqtInUFD8PJOBmixUw88VK5OOxl0UJc_RoddXFz8dGCcoTx-rs/s1600/andre.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAozNmlK8L3v9KY9_OdSk2LsJfUsX4oSIWlfhz56JTdPa2qjiH69vE5pLevdjWA7tglpd-gazNHB-8XA7ABttVvOOMQhuqtInUFD8PJOBmixUw88VK5OOxl0UJc_RoddXFz8dGCcoTx-rs/s320/andre.jpg" /></a><br /><br /><br />As pessoas que me dizem "Cuidado!" quando digo e mostro que passeio pela Barragem do Pisão (em Beringel) e nela me banho, que dirão deste salto do meu filho para uma poça de água nunca antes vista, algures na Indonésia?<br /><br /> Está-nos no sangue este amor pela água.<br /><br /> Sei de em pequena me perder pelos campos e me banhar em tudo o que encontrava. Lembro-me de uma onda em Sines me ter derrubado, de me terem assustado com os hipotéticos malefícios de um lago e de ter levado uma sova depois de me deliciar num tanque de ovelhas.<br /><br /> Nada me fez ganhar medo. E assim que me fiz maior de idade, de polegar no ar lá rumei ao Gerês. Pelo caminho, dei-me a conhecer ao Lima e ao Cávado, e já chegada conheci o Homem, o Caldo e o próprio Gerês.<br /><br /> Daí para cá nunca mais parei. Trato por tu quase todos os rios da nossa terra e acrescentei-lhes diversas albufeiras.<br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtNfgDMZed9XdOY1n526S4Jq4HZfGG5wjhH3Ct2klT6fUBkukXSPJMt0ZX8iMBW0xBSdf36MYPjoMsGi8car51FaTbiNtHWENkiUz0czd9TS3VkdOY0Qynd9pg6P3MPmjdYCBsyZPc6HS5/s1600/eu+toda+nua.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtNfgDMZed9XdOY1n526S4Jq4HZfGG5wjhH3Ct2klT6fUBkukXSPJMt0ZX8iMBW0xBSdf36MYPjoMsGi8car51FaTbiNtHWENkiUz0czd9TS3VkdOY0Qynd9pg6P3MPmjdYCBsyZPc6HS5/s320/eu+toda+nua.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /> Já o meu filho logo aos dois meses conheceu o Rio Alva, ali para os lados da Serra da Estrela, as piscinas da Lousã e não sei que mais, que já me não lembro, há tanto tempo foi.<br /><br /> Antes de aprender a nadar já saltava para tudo quanto era poça de rio e piscina. Claro que tinha sempre uns braços amorosos e seguros à sua espera. Assim, aprendeu a conhecer e a confiar nos leitos de água.<br /><br /> Em passeio pela Indonésia, levado por uma família local que o acolheu enquanto dava aulas de inglês, como voluntário, numa escola, a certa altura encontrou uma poça, como o calor era muito, tirou a camisola e saltou. Seguiram-se os outros voluntários e por fim imitaram-nos os alunos, mas esses de camisolas vestidas, como requer a ética muçulmana daquelas bandas.<br /><br /> Bom, estas narrativas sobre o meu filho, além do facto de eu ser uma mãe que quase que, aí sim, me afogo de babada que sou, são só para dizer que não é preciso ser temerária para entrar na Barragem do Pisão, é só preciso ter olhos para ver, pés para apalpar e o estômago vazio.Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-17239855727909127572019-08-25T15:48:00.001-07:002019-08-25T15:48:59.651-07:00Pinturas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPfYOGp69cYDTYh3mwBM12ocbGYu5y1gfBfG3bHj3p2mYXDD2Zk5G-OnyZiqDrJpgs0pw1vO8MT2cgtxw5OLZLiP9S93sJiDjIMqqH-KYyVU3RSePb74q0AYzjR0sWrLyDyeaSpJaJ6C-/s1600/IMG_20190825_201724.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPfYOGp69cYDTYh3mwBM12ocbGYu5y1gfBfG3bHj3p2mYXDD2Zk5G-OnyZiqDrJpgs0pw1vO8MT2cgtxw5OLZLiP9S93sJiDjIMqqH-KYyVU3RSePb74q0AYzjR0sWrLyDyeaSpJaJ6C-/s320/IMG_20190825_201724.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />Hoje peguei no cavalete e fui para a rua pintar. Eis os quadros que saíram. Gostava de lhes colar palavras, mas faltam-me.<br /><br /> Uma felicidade tranquila acompanhou-me todo o tempo, e a sensação de privilégio por poder viver isto.<br /><br /> É, para poder viver isto é preciso estar aqui, na minha terra, mas isso não chega. É preciso amar os espectáculos que brotam da fonte de todas as coisas. É preciso ter olhos sedentos de beleza e coração aberto a ela. É preciso trazer Deus no peito ainda que não se saiba.<div>
<br /></div>
<div>
<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibmQ35uuNl3slcRJ1BptFDN2z-3X59tZRTQsYxpF4mCE-P_86jV1tSjob4ydZVYPoL4-s_j7SgCIe37jHIoD4uJVgp1EO6kXJ84y9veWsgYmgTNIF1NengtALHLHLTkH_uz3SQ35HxiRTa/s1600/IMG_20190825_200223.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibmQ35uuNl3slcRJ1BptFDN2z-3X59tZRTQsYxpF4mCE-P_86jV1tSjob4ydZVYPoL4-s_j7SgCIe37jHIoD4uJVgp1EO6kXJ84y9veWsgYmgTNIF1NengtALHLHLTkH_uz3SQ35HxiRTa/s320/IMG_20190825_200223.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-85191486776702362802019-08-24T15:25:00.001-07:002019-08-24T15:31:32.814-07:00Hoje estou babadérrima<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN_bP2hyl38CMCZzETG3Q_5eXahS94NQ1xXBAwbPmWDbOmpx4qelNd9RbXugkX6xKhE5O6lHDiNhoX_Jula_jego4hBQvvf6RAzGIgztS2-tmsBiC524IKk0seAVE53lYifQXGQlGDl7a_/s1600/20246066_1425649190888489_4500242038512949369_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="803" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN_bP2hyl38CMCZzETG3Q_5eXahS94NQ1xXBAwbPmWDbOmpx4qelNd9RbXugkX6xKhE5O6lHDiNhoX_Jula_jego4hBQvvf6RAzGIgztS2-tmsBiC524IKk0seAVE53lYifQXGQlGDl7a_/s320/20246066_1425649190888489_4500242038512949369_n.jpg" width="306" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Peço muita desculpa por em vez de incêndios vir falar de
coisas boas. Mas é o que me apraz. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(E pronto, o segundo parágrafo é já um aparte. Quando o meu
filho era adolescente, chamavam-se aos jovens de então “geração rasca”, e
dava-se notícia de uma data de rasquidões. Com 19 anos fui a um jantar de gala
que um grupo da AIESEC, liderado por ele, organizou. Conheci uma série de jovens entre
os 18 e os 21 anos, empreendedores, educados, inteligentes, alegres, solidários, e
já então bem-sucedidos. Disso não se falava, só dos que caiam de bêbados e dos
que traumatizavam outros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando me mudei para o Alentejo encontrei um cartão desse jantar.
Diz assim:<o:p></o:p><br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZq8dHK1r-QqEqF5drdtTQ9rekiaAbPO8tuKkuUksH8QmFMiLUYG7j8Z3pg6lP258FYUq_8KWoDDscdlB87Uu4DrilekeLC0JgEHLRKhpLNGkeO-4KZZ-VahyiHlM8j8gsr4XwmINO8e7I/s1600/IMG_20190824_230250.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1262" data-original-width="1600" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZq8dHK1r-QqEqF5drdtTQ9rekiaAbPO8tuKkuUksH8QmFMiLUYG7j8Z3pg6lP258FYUq_8KWoDDscdlB87Uu4DrilekeLC0JgEHLRKhpLNGkeO-4KZZ-VahyiHlM8j8gsr4XwmINO8e7I/s320/IMG_20190824_230250.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
“A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que
nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte
da verdade e sob ângulos diversos.” “Uau!” Pensei. “Entendi isto há tão pouco
tempo e o meu filho já o sabia aos 19 anos!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não, destas coisas não se fala, porque elas não vendem
jornais, nem programas de televisão. O que vende é o sangue, por isso é preciso
criar sangue, fogos. Não fogo de paixão amorosa, de criação. Fogo mesmo de devastação,
morte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, voltando. Hoje estou babadérrima, porque se gerei um
filho invulgarmente bonito, invulgarmente inteligente, com invulgar capacidade
de realizar, liderar e ser bem-sucedido, também o gerei com capacidade de outro
planeta de ser generoso. Ele conquista de várias formas e ele partilha o que é
e o que tem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dah, isto de ser generoso ainda é mesmo notícia, a menos que
se vá parar à prisão, se seja assassinado ou se ganhe um Nobel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Bolas, estou babadérrima!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKWPD9BWr5FqDBzXybC26hv3gKCUge1LINl6yRiKqPYSv7GAFCUIZ-0GlCd1r0R9cdlXdHnKun0i3WRhd40qUoWuUVQYgurf9gTrOmY6DugmKiYgoFBXIMeRK6hodGbCsGLyLr6WmZYKjY/s1600/IMG_20190727_130701.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKWPD9BWr5FqDBzXybC26hv3gKCUge1LINl6yRiKqPYSv7GAFCUIZ-0GlCd1r0R9cdlXdHnKun0i3WRhd40qUoWuUVQYgurf9gTrOmY6DugmKiYgoFBXIMeRK6hodGbCsGLyLr6WmZYKjY/s320/IMG_20190727_130701.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Não, não vou contar quais as dádivas de hoje, até porque
provavelmente são muito mais do que sei, pois ele não tem por hábito divulgar o
que é e faz, eu é que sou dessas coisas, mas o coração resplandece de gratidão e de orgulho pelo ser
bondoso que dei ao mundo.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E hoje é disso que quero falar, dessas coisas boas, as que
nunca são notícia e que são as que realmente fazem bem.<o:p></o:p></div>
<br />Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-50316077173074432672019-08-22T15:18:00.001-07:002019-08-22T15:18:38.664-07:00À porta da igreja<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtKchI-p19zkEX7My4ckW9caj576VsEoDoJIama6oVp8h6YWSWgs3-_BFGycQyC1wusSjJOCcUIvmtY4BnG0LJyLKAgMX9JZzPKG7Ljm0NKuNUxQjdDw51vI7LvgS4Q8m_UJL1imEi51Il/s1600/IMG_20190822_204138.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtKchI-p19zkEX7My4ckW9caj576VsEoDoJIama6oVp8h6YWSWgs3-_BFGycQyC1wusSjJOCcUIvmtY4BnG0LJyLKAgMX9JZzPKG7Ljm0NKuNUxQjdDw51vI7LvgS4Q8m_UJL1imEi51Il/s320/IMG_20190822_204138.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Sim, o céu dá minha terra no Verão é por largos minutos cor-de-rosa. <br /><br />Como é que eu não sabia que há céus cor-de-rosa? E logo o da minha terra?!<br /><br />Talvez porque nunca saberei tudo. Nunca saberei muita coisa mesmo debaixo do meu nariz, ou até dentro de mim. <br /><br />Que felicidade um céu cor-de-rosa<div>
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRHsyv4YvOkD94s6Z5j6q4uB5JXQhsbLzXMkjT-p5VDRDv4dep80zxOLxHW1P4LW4AsrZZFxW1OveD7ZSo0cnHMlYsqiy8n-b3tLJ2caxQ7LzXSaq55kj6Qvzk9OZn44zx-qY8THCNhJo7/s1600/IMG_20190822_204037.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRHsyv4YvOkD94s6Z5j6q4uB5JXQhsbLzXMkjT-p5VDRDv4dep80zxOLxHW1P4LW4AsrZZFxW1OveD7ZSo0cnHMlYsqiy8n-b3tLJ2caxQ7LzXSaq55kj6Qvzk9OZn44zx-qY8THCNhJo7/s320/IMG_20190822_204037.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-11907243397009317042019-08-21T06:47:00.001-07:002019-08-22T15:34:33.559-07:00Transformando fogo que queima em amor<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/oo3K7RbehKM" width="480"></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
Diz que a Amazónia está a arder. Bom, acho que somos nós que estamos a arder.<br />
<br />
Jamais viveremos sem terra, sem ar, água e sol; sem árvores, pássaros, peixes e outras pessoas.<br />
<br />
Cada pedacinho do universo que arda, morra, sofra, nós também sofremos com ele. Imagine-se a Amazónia, imensa; a imensidão do sofrimento dela... nosso.<br />
<br />
Fazer o quê?<br />
<br />
Que posso EU fazer?<br />
<br />
Talvez seja uma boa pergunta para cada um se fazer a si próprio, sobre o incêndio na Amazónia e sobre os incêndios contínuos, cada um de seu género, que acontecem pelo mundo.<br />
<br />
Fogo a queimar, é raiva, é ódio a manifestar-se. Aprendi com Dalai Lama e seus discípulos que estes sentimentos são transmutáveis pelo seu oposto. Se o ódio dos corações der lugar ao amor, não serão necessárias guerras, nem fogos, nem incêndios, nem violentações de qualquer espécie.<br />
<br />
Não sei se é possível transmutarmos assim tanto, aliás não sei nada, a não ser que não quero que o meu fogo seja incendiário e que ajude a destruir. Quero-o antes fogo que acende amor nos corações.Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-291698556473877532019-08-15T15:29:00.000-07:002019-08-15T16:15:40.624-07:00Impudoramente bela… só para mimHoje é dia de lua cheia em Aquário, Sol em Leão (que é como quem diz, sol em mim, lua cheia a iluminar o meu inconsciente). <br />
<br />
Fui até à barragem, tomei banho, dei banho ao carro, e quando ia tirar fotos ao sol a pôr-se não pude, que o telemóvel tinha ficado em casa. <br />
<br />
Um pôr-do-sol só para mim, pensei; uma Lua Cheia só para mim. Concentração na pessoa mais importante da minha vida em vez de concentração no resto do mundo, como tanto gosto. <br />
<br />
E foi assim que assisti ao mais incrível espectáculo da lua que já vi: lua da mesma cor do sol. Enorme, imensa, um laranja de fogo. Escancarada no céu em todo o seu esplendor, desnuda, descarada, impudoramente bela… só para mim. <br />
<br />
Aceitei o seu pedido e namorei-a longamente. Sol eu, lua eu. Amantes. Em deleite. <br />
<br />
Voltei para casa. Um medo do escuro que ando a descobrir e a fome mandaram-me para casa, e ela, seguramente triste pela minha partida, demorou a reaparecer. Continua bela, intimidante, mas bem mais pequena. <br />
<br />
Ao contrário das pessoas, a lua nasce enorme e depois vai-se desvanecendo. (Ou será que nós pessoas também nascemos enormes e depois definhamos?)<br />
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt92057hxYBHZQf_8q5r8a3a3uCpix3dWQZg9QlpYlWGzktH7_N58DXssF-TKuk1wEEOjf6meQtAFMIrbg2TA8Ed6T2cu_AGffvS4xbZVIIr4SW3OFr8xqU1-pPJjKUYpfczLw3FP1CSUN/s1600/IMG_20190815_231222.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt92057hxYBHZQf_8q5r8a3a3uCpix3dWQZg9QlpYlWGzktH7_N58DXssF-TKuk1wEEOjf6meQtAFMIrbg2TA8Ed6T2cu_AGffvS4xbZVIIr4SW3OFr8xqU1-pPJjKUYpfczLw3FP1CSUN/s320/IMG_20190815_231222.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-91886434082667454942019-08-11T07:21:00.001-07:002019-08-11T08:02:27.337-07:00Hoje fui rebaptizada<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Acho que sempre houve em mim comunhão com o divino.
Tive-a conscientemente em criança. Lembro-me de ir à igreja e sentir tudo
muito. Fui baptizada, fiz a primeira comunhão, confessava-me, comungava, lia na
Igreja, tudo de forma imensamente devocional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFxrXmvZ4fmVLodP1RkfYEJEQi2lwZm5hUbJujakz6G3ywJvewYe9x959zoWVCo1X-_H2E4MAFFndTbenzFNNazw6jT3kBXlql7vwzohEr5RS8Ockvacqm7Y2HCV3eb4mUMPgcjX43wEa-/s1600/crian%25C3%25A7a-orando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #444444;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFxrXmvZ4fmVLodP1RkfYEJEQi2lwZm5hUbJujakz6G3ywJvewYe9x959zoWVCo1X-_H2E4MAFFndTbenzFNNazw6jT3kBXlql7vwzohEr5RS8Ockvacqm7Y2HCV3eb4mUMPgcjX43wEa-/s1600/crian%25C3%25A7a-orando.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Pelos cinco ou seis anos, numa igreja Carmelita, vendo as
freiras reclusas, achei que queria ser freira quando fosse grande.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">(Talvez pela mesma altura vi teatro pela primeira vez na
minha terra, e sonhei estar ali no palco. Decidi que queria ser atriz de
teatro. Foi assim que nas redações da escola eu escrevia que queria ser freira
ou atriz de teatro, e as pessoas riam – e eu própria quando me deixei contagiar
pelos sentimentos das pessoas, por serem coisas tão diferentes. Hoje entendo
que é normal termos interesses diferentes e que ser actriz é tão sagrado quanto
ser freira, e que posso praticar ser um pouco de ambas.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Com o 25 de Abril e essa coisa de termos que ir todos para
um lado e a religião ser “o ópio do povo”, tomei a droga da política e afastei-me
da religião… Mas ela, a espiritualidade, não se
afastou de mim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">O processo de canonização da Madre Teresa de Saldanha
descobriu-me e eu a Ela. Continuei a não “acreditar” em Deus, mas fiz da Madre
a minha “santa protectora”. Desenvolvi uma ligação tão forte com ela, que
admirava os crentes próximos e me valeu o carinho especial da Madre Geral e de alguns
prelados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Uns anos mais tarde descobri o Budismo e através dele reconciliei-me
com o Cristianismo e a fé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGo8jhwydboCEee8ZLCVUXDP7hAdKo79jK4VKuZ_waNLzC0nVPhHX_slinsTAPYF4AxwAvAoSg1puzAPXjL9eIrN8jvYcaDzNa4HfAZL-NKIRV7EnTp5MaRt6VsXEkLBIc9Tej1tUSI7Cp/s1600/baptismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #444444;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGo8jhwydboCEee8ZLCVUXDP7hAdKo79jK4VKuZ_waNLzC0nVPhHX_slinsTAPYF4AxwAvAoSg1puzAPXjL9eIrN8jvYcaDzNa4HfAZL-NKIRV7EnTp5MaRt6VsXEkLBIc9Tej1tUSI7Cp/s320/baptismo.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Nunca mais abandonei nenhum dos dois e sou capaz de lhes
juntar os outros quase todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Tenho seguido uma Tradição Budista Theravada porque além de
não me exigir que acredite em nada, me permite recolhimento, meditação, a
conexão comigo própria e com o todo e conversar com monges de uma sabedoria
imensa, adquirida por décadas de meditação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Não me considero budista, sou seguramente alguém que sente a
divindade da vida e a busca… Busco a paz, é isso que busco. E essa paz
encontro-a normalmente nos templos de qualquer religião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Não gosto muito das igrejas em horas de Eucaristia porque um
burburinho quase contínuo das pessoas, risos, brincadeiras, olhar quem vem, me
desconecta de mim e da relação com Deus. Talvez porque não estou
suficientemente conectada… Seguramente porque ainda não consegui paz suficiente
em mim para ser intocável pela agitação externa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Sinto que as pessoas não estão verdadeiramente ali,
fazem-nos como um automatismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Lembro-me de mim sempre muito concentrada, a sentir muito. E
assim foi hoje de novo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Hoje quis reatar um relacionamento com Jesus segundo os
ritos da igreja da minha terra, aquela onde fui baptizada antes ainda de o registo
ter o meu nome… E reatei. Mais uma vez as emoções fluíram vindas não faço ideia
de onde nem porquê. Espantada, emocionada, percebi depois que ia haver ali, a
par com a Eucaristia, o baptismo de uma criança e que simultaneamente éramos todos
rebaptizados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Pude ser mais tolerante com a inquietação dos outros - hoje
claramente barulho de conversas durante a missa, telemóveis a tocar - e pude
compreender que, eu sei lá, sei lá. Pretendemos todos saber o que está bem… e
que sabemos nós? Que sei eu?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444;">Hoje fui rebaptizada e recordo os valores de amor
incondicional, perdão de mim e dos outros, compaixão, aceitação. Que os possa
manter continuamente em mim.<o:p></o:p></span></div>
<br />Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-24713105710594779542019-08-02T16:01:00.000-07:002019-08-02T16:01:04.742-07:00Ser acção no mundo<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVJ8PLkmTNtGaL46_7swa5Gnrhdk2-9NEqkPoDXBjLB3iRsyYVw9MIH5ajApql8wWF-ObvcNcE1ws74XoqMFW0BDSmD7JghuwmkdiIgPqkvgkqdotzRxSgUwl1Qst9F_Kn3XP_xnbTibU9/s1600/IMG_20190802_202256.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVJ8PLkmTNtGaL46_7swa5Gnrhdk2-9NEqkPoDXBjLB3iRsyYVw9MIH5ajApql8wWF-ObvcNcE1ws74XoqMFW0BDSmD7JghuwmkdiIgPqkvgkqdotzRxSgUwl1Qst9F_Kn3XP_xnbTibU9/s320/IMG_20190802_202256.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444;">Jamais conseguirei retribui o que a natureza me dá</span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<span style="color: #444444;"><div>
Foi um dia bonito de trabalho o que tive hoje, porque pela primeira vez pude cuidar de uma mulher da minha terra. Uma mulher mãe, filha, irmã, esposa… Uma mulher como nós mulheres tradicionalmente aprendemos a ser: ser doação, pôr sempre os outros à frente, e só quando o corpo grita muito, ou se recusa a andar, olhamos para nós. </div>
<br />Falo dela como falo de mim. Continuamente me esqueço que também sou de carne, osso e emoções e que também preciso ser cuidada. <br /><br />Vim para Beringel porque aqui tenho pelo menos a natureza todos os dias disponível para me cuidar. E assim fiz hoje. Depois do dia de trabalho, entreguei-me no seu colo de mãe serena, bela, generosa. <br /><br />Fiquei por mais de uma hora com ela só para mim: a sua água doce, o sol morno, a terra quente, verdejante, e o ventinho, delicioso, a brincar com os meus cabelos e a cantar-me ao ouvido. <br /><br />Feliz. Mantive-me por ali feliz, sentada na minha cadeira de praia, e depois em posturas de yoga, pilates e sei lá que mais, que fui aprendendo por aí e que, somadas à natureza, me ajudam a ter mais saúde física, emocional e mental. <br /><br />O espaço, lindo, tinha à volta uma considerável quantidade de lixo. Já ali tinha estado outras vezes e tinha tido preguiça de o limpar. <br /><br />Hoje comecei com preguiça, mas por entre saudações ao sol, abraços do vento e aconchego da terra, decidi que tal como peço retribuição pelo meu trabalho, devia retribuir o que a mãe natureza me estava a dar. E limpei-a. Limpei-a pelo menos do lixo maior. Enchi um saco, mas muitos mais podia ter enchido. <br /><br />Não entendo como é que continua a haver pessoas a fazer este tipo de coisas. Mas seguramente é muito mais produtivo fazer algo do que ficar só na crítica (que na verdade me inunda). <br /><br />E agora mesmo peço para não ter preguiça de retribuir o que com amor incondicional me é dado e para preferencialmente ser acção no mundo.</span><div>
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibuOo6h9MOPrB8ncr7t5tKMJ9_k2A8mgm2SmJ8MbY65L0FLI4zYni3P6g7GfgvvxR1ZgCL2CSLsQCGgL_A8TMjBhvInRb_0HtvfJGKWwbsm_PWU8t9lFl0J5qeBj6Kn0aqSb0d_9ij9Srb/s1600/1564783553283.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibuOo6h9MOPrB8ncr7t5tKMJ9_k2A8mgm2SmJ8MbY65L0FLI4zYni3P6g7GfgvvxR1ZgCL2CSLsQCGgL_A8TMjBhvInRb_0HtvfJGKWwbsm_PWU8t9lFl0J5qeBj6Kn0aqSb0d_9ij9Srb/s320/1564783553283.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444;">O lixo que encontrei e o que recolhi</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUNEnkrzSQWSP7rd8yIb1BGcYY7YMcpyWqHx0v-keOXpKBg7JFUSW8lYwUsZaD-VGi9SUq2kfzm5c6-3EJFrBuN4qSBG-hJhnl7RN_hVbZvOzS21yyUoyQC-c0Vb7OlJ7-K0cC-63z5fik/s1600/IMG_20190802_201939-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUNEnkrzSQWSP7rd8yIb1BGcYY7YMcpyWqHx0v-keOXpKBg7JFUSW8lYwUsZaD-VGi9SUq2kfzm5c6-3EJFrBuN4qSBG-hJhnl7RN_hVbZvOzS21yyUoyQC-c0Vb7OlJ7-K0cC-63z5fik/s320/IMG_20190802_201939-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444;">Que ninguém, nunca mais, te faça mal</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div>
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-16548429137714235962019-07-16T14:56:00.000-07:002019-07-16T14:58:06.663-07:00"Até que horas dá?"<div data-block="true" data-editor="drlsb" data-offset-key="1nqha-0-0">
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: center; white-space: pre-wrap;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW4Ei9v-DsY89FRxBASmwfCvk7loIwcz1Rf5pYiziiDtbOb3w4uADmSHYOLY2BKQTzKjV6I2XShOOiJPH6MIhNDD7mf6ei9uqZ1ePBfQFuVZ6YooF9ERwhQcmYsq8ZuzYN1phyphenhyphenG_oaIJm6/s1600/lua+cheia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW4Ei9v-DsY89FRxBASmwfCvk7loIwcz1Rf5pYiziiDtbOb3w4uADmSHYOLY2BKQTzKjV6I2XShOOiJPH6MIhNDD7mf6ei9uqZ1ePBfQFuVZ6YooF9ERwhQcmYsq8ZuzYN1phyphenhyphenG_oaIJm6/s320/lua+cheia.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: center; white-space: pre-wrap;">
<br /></div>
<span style="color: #444444;">Hoje havia um filme em pleno céu: Eclipse parcial da poderosa Lua Cheia em Capricórnio.</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Escolhi o meu local favorito para a ver nascer: foi só andar uns 500 metros da minha casa (que gente fina é outra coisa). </span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Pouco passava das 21 horas quando apareceu no horizonte: enorme, mas já parcial.</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Fui à procura dela na igreja, como ontem, mas não apareceu. Andei, andei, pela povoação até que lá a voltei a descobrir, na rua onde nasci, já estava a menos de meio. </span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Uns metros abaixo, três pessoas de alguma idade conversavam sentadas à porta (o que eu adoro ver pessoas à noite sentadas à porta, como acontecia quando eu era criança, mas que raro é agora). Excitada com o espectáculo, disse-lhes: "Olhem é o eclipse da lua." Uma senhora muito engraçada, perguntou-me:</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">- Mas está a dar agora?</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">- Sim é agora.</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">- E até que horas dá?</span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Não sei se é uma maneira de falar que eu não conheço, se terá confundido o céu com a televisão, se simplesmente ela, tal como eu, faz dos céus uma das suas telas favoritas.</span></div>
Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3741071294452208426.post-64921086623306842642019-03-07T05:24:00.001-08:002019-03-07T05:25:00.018-08:00Tenho escolhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYbG36t-GfNGa9o135fmlfUmorJWaFLOx1nca1CIKzow8MR_7JIYdwUY4kKLbuBaNp9eW-VofLWdQGAWtWheAtz8DeZOumOoxfMdT0SU46DExwTb78PHygwMx7sUcsfW5YxDjbNslG41oU/s1600/equanimidade.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="560" data-original-width="567" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYbG36t-GfNGa9o135fmlfUmorJWaFLOx1nca1CIKzow8MR_7JIYdwUY4kKLbuBaNp9eW-VofLWdQGAWtWheAtz8DeZOumOoxfMdT0SU46DExwTb78PHygwMx7sUcsfW5YxDjbNslG41oU/s200/equanimidade.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Sinto no ar densidade... noto muita tensão. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">É fácil para mim ir atrás das tensões. Mas hoje, só por hoje, escolho desligar o botão às tensões, tal como desligo o da televisão, e escolho ter um sorriso que sai do coração. </span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Um sorriso que treina aceitar tudo. Um sorriso que sabe que nunca entenderá nem um bocadinho minúsculo do que a cada momento acontece e por isso se deixa ficar em quietude, tal como um bebé se aninha no colo da mãe, seja este farto ou não.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>Satihttp://www.blogger.com/profile/08377776536008022762noreply@blogger.com0