Que andamos a fazer com as nossas vidas?

Eu e as manas, tia e mãe

Casamos, fazemos filhos, depositamo-los num infantário, não temos tempo para os maridos / mulheres, nem para os filhos, nem para nós. Envelhecemos, os pais tornam-se filhos, incapazes de cuidaram de si próprios, depositamo-los num lar.

Andamos em contínuo passo de corrida, o trabalho ocupa-nos o tempo quase todo e a cabeça. Não temos paciência para ninguém. Reclamamos, choramos, revoltamo-nos mas… mas o que fazemos?

Será que foi com isto que sonhámos? Que é isto que viemos cá fazer? Uma corrida constante que nos tira tempo para usufruir da vida e dos que nos são queridos?

No final há sempre a morte, haja ou não outras vidas para além desta, o que conta é o que ficou entre o início e o fim, cada hoje, cada agora, cada momento presente.

Que andamos a fazer com as nossas vidas? Que ando a fazer com a minha vida?

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A minha querida tia Isa foi, é e será sempre uma memória de doçura, amizade, tolerância e bom coração. Já completamente incapaz de tomar conta de si própria, veio para um Lar. Que bom que há estas instituições de acolhimento onde as pessoas podem ser cuidadas. Gratidão.

Mas, porque é que a tia não está feliz? Quererei eu isto para mim? Eu tenho a certeza que não quero… Porque é muita gente, não há carinho, a pessoa é deslocada das suas raízes. A tia ainda por cima vivia na mesma casa desde que casou, aos 23 anos.

O meu filho também não foi querendo infantários, felizmente tive a sorte de a avó ter podido cuidar dele em pequeno. Fundamentais esses laços de ternura, em que uns cuidam dos outros.

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