Hoje estou babadérrima
Peço muita desculpa por em vez de incêndios vir falar de
coisas boas. Mas é o que me apraz.
(E pronto, o segundo parágrafo é já um aparte. Quando o meu
filho era adolescente, chamavam-se aos jovens de então “geração rasca”, e
dava-se notícia de uma data de rasquidões. Com 19 anos fui a um jantar de gala
que um grupo da AIESEC, liderado por ele, organizou. Conheci uma série de jovens entre
os 18 e os 21 anos, empreendedores, educados, inteligentes, alegres, solidários, e
já então bem-sucedidos. Disso não se falava, só dos que caiam de bêbados e dos
que traumatizavam outros.
Quando me mudei para o Alentejo encontrei um cartão desse jantar.
Diz assim:
Não, destas coisas não se fala, porque elas não vendem
jornais, nem programas de televisão. O que vende é o sangue, por isso é preciso
criar sangue, fogos. Não fogo de paixão amorosa, de criação. Fogo mesmo de devastação,
morte.
Mas, voltando. Hoje estou babadérrima, porque se gerei um
filho invulgarmente bonito, invulgarmente inteligente, com invulgar capacidade
de realizar, liderar e ser bem-sucedido, também o gerei com capacidade de outro
planeta de ser generoso. Ele conquista de várias formas e ele partilha o que é
e o que tem.
Dah, isto de ser generoso ainda é mesmo notícia, a menos que
se vá parar à prisão, se seja assassinado ou se ganhe um Nobel.
Bolas, estou babadérrima!
E hoje é disso que quero falar, dessas coisas boas, as que
nunca são notícia e que são as que realmente fazem bem.
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