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A mostrar mensagens de novembro, 2018

Sonho muitas vezes em ser pequena e simples

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Sonho muitas vezes em ser pequena e simples, em dizer as coisas como quem fala e não como quem lê poemas, sonho em rir com anedotas, sorrir com as crianças e festejar os dias santos. Mas não passa de sonho. Não tenho a simplicidade dos pássaros, nem a ousadia dos guerreiros, tenho antes o sangue fervente de todos os poetas. Não sei se lhes toco a genialidade em alguma coisa, mas toco-lhes seguramente o sentimento. Gosto de ter alma de poeta, sim, gosto. Mas já as dores, as preferia dores de guerreiro. Sonho muitas vezes em ser pequena e simples, em dizer as coisas como quem fala e não como quem lê poemas, mas são só sonhos. A vida teve outros planos para mim. Às vezes revoltam-me os planos da vida, outras abro-lhes os braços, sorrio e agradeço muito. Curiosa esta coisa de viver.

Eu não existo

Já me vi só triste. Já me vi só feliz. Hoje vejo-me tudo. Tudo oscilante. Sinto-me um corpo onde as várias facetas da vida se vão manifestando. Não, não sou eu que grito, não sou eu que choro, que canto, que encanto, desencanto. São sopros de vida que vão animado este corpo ao passarem por ele. Eu não existo. Mesmo as emoções que se manifestam não lhe pertencem, nem a mim, que não existo. Talvez a dor seja dele, a dor física, só isso. Tudo o resto são brincadeiras de São Valentim, de São Judas, do Diabo, de Deus e sei lá de mais o quê. Chateia-me nem sequer a chave da porta ter. Nem sei o que se chateia. Mas sei que chateia.

Voo por aí

Em ventos me deixo ir Em ondas transbordar Pela terra embalar E pelo sol florir Mas nunca me consigo alcançar