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A mostrar mensagens de 2018

Bons todos os dias

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Desejo a toda a gente, a todos os seres e ao planeta bons todos os dias. Que todos os dias possam ser repletos de bom coração, de respeito, de autenticidade, de sorrisos, de alegria. Que nenhum ser se coloque em vantagem sobre nenhum outro. Que jamais algum animal, humano ou não, passe fome, fique sem abrigo, sem direito à saúde, à liberdade e ao amor. Que possamos todos morrer exclusivamente de velhos ou de doença. Que ninguém se sinta superior ou inferior; que felicidade alguma advenha de vitória sobre outros. Que cooperemos em vez de concorrermos; que nos entre-ajudemos em vez de nos matarmos; que o umbigo de cada um seja o umbigo universal. Que o próprio universo tome a forma de um coração, ou de um sorriso, ou até de uma gargalhada, de um gemido de prazer, de um abraço. Desejo a todos os seres e ao planeta exactamente o mesmo que a mim. Que sejamos felizes todos os dias. (Natal de 2013)

Tenho dias

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Tenho dias Às vezes tenho sorrisos de orelha a orelha, outras vontade de ser só eu Tenho dias que não me calo E outros em que só me apetece calar Tenho dias que não tenho tempo para viver tudo E outros em que não me apetece viver Tenho dias em que as pessoas são todas boas E outros em que não há pessoas boas E cada dia é verdadeiro Cansa-me tanta ambiguidade nos dias Cansa-me tanto, que às vezes me apetece não ter dias

Sonho muitas vezes em ser pequena e simples

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Sonho muitas vezes em ser pequena e simples, em dizer as coisas como quem fala e não como quem lê poemas, sonho em rir com anedotas, sorrir com as crianças e festejar os dias santos. Mas não passa de sonho. Não tenho a simplicidade dos pássaros, nem a ousadia dos guerreiros, tenho antes o sangue fervente de todos os poetas. Não sei se lhes toco a genialidade em alguma coisa, mas toco-lhes seguramente o sentimento. Gosto de ter alma de poeta, sim, gosto. Mas já as dores, as preferia dores de guerreiro. Sonho muitas vezes em ser pequena e simples, em dizer as coisas como quem fala e não como quem lê poemas, mas são só sonhos. A vida teve outros planos para mim. Às vezes revoltam-me os planos da vida, outras abro-lhes os braços, sorrio e agradeço muito. Curiosa esta coisa de viver.

Eu não existo

Já me vi só triste. Já me vi só feliz. Hoje vejo-me tudo. Tudo oscilante. Sinto-me um corpo onde as várias facetas da vida se vão manifestando. Não, não sou eu que grito, não sou eu que choro, que canto, que encanto, desencanto. São sopros de vida que vão animado este corpo ao passarem por ele. Eu não existo. Mesmo as emoções que se manifestam não lhe pertencem, nem a mim, que não existo. Talvez a dor seja dele, a dor física, só isso. Tudo o resto são brincadeiras de São Valentim, de São Judas, do Diabo, de Deus e sei lá de mais o quê. Chateia-me nem sequer a chave da porta ter. Nem sei o que se chateia. Mas sei que chateia.

Voo por aí

Em ventos me deixo ir Em ondas transbordar Pela terra embalar E pelo sol florir Mas nunca me consigo alcançar

vestida de ti

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Esta noite dormi vestida de ti e amei mais que tudo.

Parto de prazer

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Ontem a Lua nasceu grávida e pariu-me. Assistiram à boda o Sol-Poente e a Vénus nele enlaçada. Vieram de muito longe homens e mulheres vestidos de reis-magos, mas só alguns o devem ser. Guardo em mim todos cujos olhos reflictam a Estrela de Belém.

"Só quero poder ser quem sou"

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M dizia-me entre lágrimas: “Eu só quero poder ser quem sou.” É isto o que mais nos aflige: todo o nosso a ser a pedir para o deixarem ser o que na génese é e a inibição do Ser sempre presente, muitas vezes verdadeira proibição. Nascemos e crescemos a sermos limitados, e assim continuamos a viver. Toda a gente sabe como “deveríamos” comportar-nos, o que “devíamos” fazer, o que “temos” de aprender. Toda a gente sabe tudo de nós: que somos burros, ignorantes, intrometidos, que falamos pouco, que falamos demais, que rimos muito alto, que rimos muito baixo, que não rimos de todo… (E nós, não só compramos isto tudo, como ainda replicamos infinitamente cá para dentro.) O estranho é que cada um sabe coisas diferentes; quer, pede e manda coisas diferentes. E muitos desses ora sabem uma coisa, ora sabem o contrário. Se eu não posso ser quem sou, sou quem? Se tu não podes ser quem és, és quem? O quê? Quem tem o direito de te dizer o que deves ser? Tenho para mim que quem me diz o que eu devo ser

Co-gerando vida

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Hoje eu planto o amor em terra firme, e com ele a amizade, a generosidade, o equilíbrio, a paz, a equanimidade, o bom coração. Hoje eu planto o amor, o próprio, o dos outros, o pelos outros e aquele bem especial, bem único. Hoje eu planto porque é dia de plantar e aprendi que melhor que querer mudar os dias, é fluir com eles.

Vestida de pele

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Não gosto de me vestir como quem vai de cerimónia. Na verdade o que gosto mesmo é de andar despida. Nua, quando o tempo o permite. Enroscada nos teus pelos de lã quando o frio se mostra.

Hoje treino ser Primavera

Amo os sorrisos iluminados, os corações cheios de conforto, a amizade, amo tudo o que é doce; tenho muita dificuldade com a dor e o desamor. Não sei se isto significa aceitar só parte de mim e da humanidade, se será antes amar a minha essência. São tantas as interpretações das coisas, tantas as filosofias, que não sei como possa interpretar isto. Na dúvida, observo e continuo em busca de ser e dar exclusivamente amor e de querer estar com exclusivamente amor. Assim, que bom foi hoje abrir o Facebook e ver uma, duas, três notícias de Primavera: de nascimento, de sorriso, de alegria, de viva a vida! Hoje, ainda que doa um pouco, sei lá porquê, vou-me dedicar a treinar ser Primavera, a tentar dar flor que sorria e cheire muito bem.