O tempo passa-me


A pele começa a tombar-me no pescoço
Rugas nascem todos os dias
Os cabelos acinzentam-se um pouco a cada instante

O tempo passa-me e a vida já não é eterna

Mas continuo a ser a menina que ama, que brinca, explora, que quer aprender, que quer ensinar, que gosta de se partilhar. E hoje mais que nunca posso ser essa menina.

Hoje já não me batem porque rebolo no chão ou porque brinco com os rapazes. E se me criticam por ser quem sou, posso ir-me embora.

Hoje, conscientemente, o tempo passa-me, mas mesmo com as peles que caem, as rugas que não param de germinar e o cabelo que se aneva, vivo cada vez mais e faço coisas que sempre sonhei ou que nem ousei sonhar e que nunca imaginei 

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