Não faço festas à verdade

Não faço festas à verdade, Vivo-a total, inteira, completa. Não vivo nada pelo meio. Comigo o copo está sempre cheio Ou já não tem nada. As portas só se abrem E abrem muito, escancaradas. Danço nua pelas ruas, Dou enormes gargalhadas, Beijo os pássaros, abraço as árvores. Faço amor com tudo o que existe, A começar por mim. E não me peçam para não ser assim, Que de nada serve, Pois eu não faço festas à verdade, Não finjo, não mascaro, não pretendo, não pinto, não borro, não me aprisiono, não me morro. Eu sou e ressoo e canto e berro a minha maravilhosa humanidade.