Ser acção no mundo

Jamais conseguirei retribui o que a natureza me dá

Foi um dia bonito de trabalho o que tive hoje, porque pela primeira vez pude cuidar de uma mulher da minha terra. Uma mulher mãe, filha, irmã, esposa… Uma mulher como nós mulheres tradicionalmente aprendemos a ser: ser doação, pôr sempre os outros à frente, e só quando o corpo grita muito, ou se recusa a andar, olhamos para nós. 

Falo dela como falo de mim. Continuamente me esqueço que também sou de carne, osso e emoções e que também preciso ser cuidada.

Vim para Beringel porque aqui tenho pelo menos a natureza todos os dias disponível para me cuidar. E assim fiz hoje. Depois do dia de trabalho, entreguei-me no seu colo de mãe serena, bela, generosa.

Fiquei por mais de uma hora com ela só para mim: a sua água doce, o sol morno, a terra quente, verdejante, e o ventinho, delicioso, a brincar com os meus cabelos e a cantar-me ao ouvido.

Feliz. Mantive-me por ali feliz, sentada na minha cadeira de praia, e depois em posturas de yoga, pilates e sei lá que mais, que fui aprendendo por aí e que, somadas à natureza, me ajudam a ter mais saúde física, emocional e mental.

O espaço, lindo, tinha à volta uma considerável quantidade de lixo. Já ali tinha estado outras vezes e tinha tido preguiça de o limpar.

Hoje comecei com preguiça, mas por entre saudações ao sol, abraços do vento e aconchego da terra, decidi que tal como peço retribuição pelo meu trabalho, devia retribuir o que a mãe natureza me estava a dar. E limpei-a. Limpei-a pelo menos do lixo maior. Enchi um saco, mas muitos mais podia ter enchido.

Não entendo como é que continua a haver pessoas a fazer este tipo de coisas. Mas seguramente é muito mais produtivo fazer algo do que ficar só na crítica (que na verdade me inunda).

E agora mesmo peço para não ter preguiça de retribuir o que com amor incondicional me é dado e para preferencialmente ser acção no mundo.

O lixo que encontrei e o que recolhi

Que ninguém, nunca mais, te faça mal


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